Silêncio no estúdio! Agora começa a ser contada uma história gloriosa, uma das mais lindas que o Fluminense possui. Um enredo que deixa qualquer tricolor orgulhoso, honrado por torcer por um clube que contou com uma equipe de verdadeiros craques que desbancaram muitos tricampeões mundiais. A história a ser contada é a do primeiro título brasileiro do Fluminense, que comemora exatos 40 anos nesta segunda-feira, conquistado no dia 20 de dezembro de 1970.
Na época chamado de Torneio Roberto Gomes Pedrosa ou Taça de Prata, antecedeu o Campeonato Brasileiro, batizado dessa forma no ano seguinte. A disputa contou com o que o Brasil tinha de melhor no futebol que encantou o mundo, o futebol arte, de craques como Pelé, Rivellino, Jairzinho, Tostão e tantos outros que acabavam de conquistar o Tricampeonato Mundial com a Seleção Brasileira na Copa do México.
A claquete estalou pela primeira vez na fase classificatória, em que o Fluminense ficou no grupo B e conseguiu se classificar para o quadrangular final de maneira brilhante, com recorde de público. A primeira vitória, por 1x0 diante do Corinthians no Maracanã, com um gol do artilheiro Flávio Minuano, já mostrava que o Flu chegava para desbancar os grandes favoritos como Santos, Palmeiras e Cruzeiro.
Com o passar dos jogos e das vitórias, veio a tão aguardada classificação para o quadrangular final, juntamente com Palmeiras, Atlético Mineiro e Cruzeiro. A campanha tricolor continuou irretocável, duas vitórias por 1x0, a primeira contra o Palmeiras no Maracanã e a segunda sobre o Cruzeiro, em pleno Mineirão, pelo mesmo placar, ambas com gols marcados por Mickey.
A partida final contra o Atlético-MG terminou empatada em 1x1 e, depois de 19 jogos extremamente complicados, a torcida do Fluminense pôde gritar “é campeão!”. Para variar, neste confronto o gol também foi marcado por Mickey, que até quatro jogos antes do fim da disputa era reserva do artilheiro do Flu Flávio Minuano, que acabou sofrendo uma lesão séria e ficou fora dos momentos decisivos. Porém, o técnico Paulo Amaral conhecia bem seu elenco e sabia que poderia contar com a força e o faro de gol do atacante, apelidado de “Paz e Amor” pela forma de comemoração.
Responsável por defesas de impressionar qualquer mero mortal, Félix, que acabara de ser campeão mundial com a Seleção Brasileira, foi um dos destaques durante a competição, principalmente nos momentos decisivos em que o time precisava suportar a pressão imposta pelas grandes equipes adversárias. Não à toa ganhou o apelido de “Papel”, pela sua leveza e agilidade. O goleiro, que foi homenageado neste ano no Festival de cinema CineFoot, acredita que a história do primeiro título brasileiro tricolor vale um filme com sucesso garantido.
- Toda história vale um filme, ou pelo menos um livro, e esta não é diferente. Minha história está diretamente ligada ao Fluminense por tudo que vivi no clube. Os fatos ocorridos são muito curiosos e realmente foi e ainda é muito emocionante lembrar de tudo que aconteceu naquela maravilhosa conquista – declarou o goleiro Félix.
Se na defesa Félix era responsável por impedir os gols, no ataque o grande personagem da reta final, Mickey, gostaria muito de ver e rever um filme que pudesse contar aos mais jovens tricolores tudo o que ocorreu na disputa vitoriosa. O atacante ressalta a força do grupo e o forte comando do técnico Paulo Amaral.
- Vale um Filme, um livro e tudo mais que possa lembrar da maravilhosa conquista que tivemos. O grupo era muito forte e unido em busca do título. Perdemos muito pouco no ano e olha que eram muitos jogadores de qualidade naquela época. Só o Fluminense tinha cinco goleiros, três laterais diretos, três laterais esquerdos, uns seis zagueiros e por aí vai. O trabalho do Paulo Amaral foi muito bom, pois ele veio da Itália, era treinador da Inter de Milão, e conseguiu surpreender a todos com suas ousadas técnicas de treinamento. Na minha opinião ele foi um dos principais responsáveis, pois era o grande diretor desse filme – enfatizou o atacante.
Além deles, outras figuras tiveram destaque e importância fundamental para a conquista. Como todo protagonista precisa de um bom coadjuvante, Samarone brilhou neste papel. Senhor do meio de campo foi o grande responsável pela criação das jogadas ofensivas do Fluminense na conquista. Se comparado ao título de 2010, o craque de cabelo louro atuou como Conca, com desenvoltura, brilho e uma eficiência de dar inveja aos adversários.
Com o provável reconhecimento por parte da CBF do título de 1970, esses jogadores ganham muito mais do que o carinho já existente no coração dos torcedores, se eternizam na galeria de Campeões Brasileiros com a camisa do Fluzão e viram peças-chave para o roteiro como toda plateia gosta e espera, um filme com o final feliz.
Durante esta semana, o torcedor tricolor poderá acompanhar uma série de reportagens especiais com algumas das figuras importantes para esta conquista, como Samarone, o artilheiro Flávio Minuano, o Rei Zulu e muitos outros. Nesta terça-feira continuamos o nosso especial com uma matéria exclusiva com o autor do gol do título. Veja também uma crônica especial do publicitário, sócio do clube desde que nasceu e acima de tudo tricolor de coração Octavio Sarmento, testemunha ocular das cenas da conquista. Basta clicar aqui.
Vale a pena reservar um tempinho na agenda e uma pipoquinha ao lado do computador para relembrar de fatos tão importantes neste filme que merece ser o vencedor do Oscar de melhor roteiro já produzido pelo cinema nacional.
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