quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O Reinado Zulu


A força de vontade de um negro de porte físico invejável, forte e alto, que bateu na portas das Laranjeiras no começo da década de 60, foi determinante para a conquista do primeiro título brasileiro tricolor. O jovem Denílson pedia uma oportunidade ao técnico Zezé Moreira e foi assim que ganhou a chance de começar entre os juvenis do Fluminense. Em 1964 chegou ao time profissional e imediatamente já deu uma grande contribuição à conquista do Campeonato Carioca daquele ano. Esses foram apenas os primeiros passos do primeiro verdadeiro cabeça de área do futebol brasileiro. Preciso no desarme aos adversários, se tornou titular absoluto e passou encantar os tricolores na arte de parar craques como Pelé, Tostão, Jairzinho, Rivellino, Ademir da Guia e tantos outros.
Apelidado por Nelson Rodrigues de Rei Zulu, construiu o seu reinado com atuações de gala no Torneio Roberto Gomes Pedrosa, sendo peça fundamental do técnico Paulo Amaral na conquista do título. Passados 40 anos, a memória ainda está bem fresca na cabeça de Denilson.
- A Taça de Prata foi o primeiro título nessa dimensão de Brasileiro conquistado pelo Fluminense. Importantíssimo para a história do clube. Todos nós que participamos dessa disputa estamos de parabéns, abrimos portas. Todos jogos foram especiais. Encarávamos como decisão desde a primeira rodada. Enfrentamos times como o Cruzeiro, de Tostão, verdadeiras máquinas de jogar bola. A nossa campanha foi muito forte mesmo – recorda.
Na proteção da área tricolor colecionou ainda os Campeonatos Estaduais de 1969/71/73. O bom futebol o levou à Seleção Brasileira e à disputa da Copa do Mundo de 66. Ao todo defendeu o Brasil em nove partidas internacionais e marcou dois gols. O Rei Zulu Tricolor atribui a carreira vitoriosa ao Fluminense e se emociona ao saber que sempre estará eternizado na história do clube.
- O Fluminense sempre foi o meu segundo pai. Tudo começou no clube. Acumulei conquistas e tive o prazer de participar de uma equipe muito forte. Sou realizado por tudo que conquistei. Todos falam, lembram até hoje e a imprensa ajudou a imortalizar a nossa história. Os torcedores que me viram jogar naquela época me param nas ruas e o carinho foi passado para os filhos – destaca emocionado.
Depois da história do título que valeria um filme, da crônica emocionante sobre a conquista, escrita por Octavio Sarmento, e das matérias do atacante “Paz e amor” e do Rei Zulu, a série de especiais com os heróis do título brasileiro de 1970 segue com tudo para contar a história de Flavio Minuano, o artilheiro do Flu no campeonato. Não perca, nesta quinta-feira.

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