sábado, 25 de dezembro de 2010

O homem gol tricolor



Chegou para cair como uma luva no time que contava com nada mais nada menos do que o mestreTelê Santana. Como o próprio mesmo diz, só faltava o artilheiro para ter o encaixe perfeito. Se apresentou na manhã de uma quinta-feira e já estreou no domingo seguinte com fome de gol para alguns jogos depois conquistar seu primeiro título, o Carioca de 1969 sobre o Flamengo, seu rival preferido. Este foi apenas o primeiro passo de Flavio Minuano numa trajetória gloriosa no Fluminense. No ano seguinte veio a perpetuação, seu melhor momento. Mais inspirado do que nunca, foi o homem gol tricolor na Taça de Prata de 70. Artilheiro do time, foi peça chave para conquistar o primeiro título brasileiro do clube.
- Cheguei no Fluminense e encontrei o Telê. A nossa equipe era muito qualificada, mas faltava o artilheiro. Encaixei bem. Tinhamos muitos grandes jogadores. Samarone, Lula, Denilson, Cafuringa, Galhardo. Todos muito velozes e a qualidade técnica então, nem se fala. Quando entrávamos em campo já estava 1 x 0 a nosso favor. Tinha certeza que pelo menos um gol meu ia entrar – relembra.
Especialista no clássico das multidões, abrilhantou a história do Fla-Flu a nossa favor. A conquista do carioca foi apenas uma prévia do que viria pela frente.
- Minhas principais recordações estão ligadas aos confrontos com o Flamengo. Me recordo bem de uma vitória nossa por 2 x 1. Que me lembre nunca perdi para o Flamengo. Eu soube que eles disseram que venceriam o Fluminense porque eu estava machucado no clássico da Taça de Prata. Mas nem assim eles conseguiram. O jogo terminou empatado em 1 x 1 – afirma com o sorriso no rosto.
O Flamengo até pode ser o rival predileto, mas o jogo inesquecível é unânime para a torcida tricolor. A vitória por 3 x 0 sobre o até então favorito Palmeiras, de Ademir da Guia, em pleno Morumbi lotado, foi uma das mais brilhantes da campanha.
- Fiz os três gols. Naquele dia estava realmente inspirado. Vivia um momento tão bom que faria uns cinco se tivesse até o fim. Sorte deles que fui expulso injustamente – brinca.
Centroavante especialista nas jogadas de bola aérea, foi com a cabeça que se tornou o artilheiro do Fluminense na disputa e por muito pouco não conquistou o feito no campeonato, tendo marcado 11 gols, um a menos que Tostão. Também foi artilheiro do Carioca de 69 e de 71, quando o Flu conquistou o bicampeonato. Em 115 partidas pelo clube, marcou nada mais nada menos do que 92 gols.
- Sem dúvida o melhor momento da minha carreira foi nas Laranjeiras. Ganhei duas Taças Guanabara, dois Estaduais e um Brasileiro. O Fluminense vai ficar sempre marcado na minha vida – garante Flavio.
Torcedor tricolor, acompanha os jogos do Flu até hoje e não tem dúvida ao afirmar que o principal nome na conquista do tricampeonato, que começou a ser construído por ele ao lado dos campeões de 70, foi o técnico Muricy Ramalho.
- O time foi muito bem e com moral. Tinha certeza que eles não deixariam a conquista escapar, foi muito merecido. O Muricy Ramalho foi fundamental para o título. Rígido, soube bem comandar os jogadores para alcançar o grande objetivo – concluiu.
Leia mais sobre a bela trajetória de Flavio na coluna escrita por Octavio Sarmento, testemunha ocular das suas peripécias em campo. Depois da história do título que valeria um filme, da crônica emocionante sobre a conquista, também escrita por Sarmento, e das matérias do atacante “Paz e amor” e do Rei Zulu, a série de especiais com os heróis do título brasileiro de 1970 segue com tudo para contar a história do goleiro Felix, tricampeão mundial com a Seleção Brasileira. Não perca, nesta sexta-feira.

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